Written by 17:34 Miscelânia

Criptomoedas: o que atrai tanto nessa moeda que você nunca poderá tocar?

O ouro dos sonhadores

Criptomoedas são ativos puramente virtuais desenvolvidos com o propósito de ser utilizados como meio de pagamento que não requer controle de uma entidade monetária central. 

Em outras palavras, se a internet fosse um país e as criptomoedas fossem a sua moeda oficial, não haveria um Banco Central para controlar a emissão de moeda. Adicionalmente, qualquer tentativa de criar uma nota falsa seria identificada na marca d’água de todas as outras notas circulando no sistema, impedindo a falsificação. 

A tecnologia que permite essa façanha é o Blockchain, que já foi aplicado em diversas outras aplicações, como processos de auditoria, gerenciamento de redes de fornecimento, pagamentos internacionais, seguros e muitos mais. Entretanto, o valor de qualquer criptomoeda deriva, em essência, do mesmo princípio que garante o valor ao papel moeda comum: a confiança coletiva da sociedade no valor da moeda. 

Por que existe dinheiro?

Dinheiro é uma solução que historicamente a humanidade encontrou para facilitar meios de troca de bens. É muito mais difícil encontrar alguém interessado em trocar as suas canetas esferográficas por ovelhas do que trocá-las por dinheiro, que todos aceitarão, pois também poderão utilizar esse mesmo dinheiro em sua próxima troca, diferente das canetas esferográficas. 

Antes do papel moeda, incontáveis civilizações utilizaram materiais diversos como meio de troca, inclusive conchas, pedras, minerais raros, condimentos, entre outros. Entretanto, cada um desses meios de pagamento possuía defeitos: 

  • conchas quebram facilmente 
  • condimentos são difíceis de pesar e fáceis de perder
  • pedras são irregulares e difíceis de dividir em quantidades menores – sem mencionar o seu peso!

Soluções modernas

Eventualmente, moedas de metal e papel moeda surgiram como solução que permitia tornar essas trocas mais eficientes – até o advento do PIX, é claro! Assim como todos os outros meios de pagamento, o papel moeda também possui os seus problemas: 

  • Sem um órgão central para padronizar e controlar a sua emissão, é mais fácil falsificar papel moeda;
  • Todos teriam incentivo para criar a sua própria moeda, gerando o problema de estabelecer quanto cada uma vale em relação à outra;
  • Mesmo quando há uma entidade central para controlar a emissão do papel moeda, pode ocorrer do Estado financiar de forma indevida gastos em excesso através da emissão de mais dinheiro, gerando inflação ou, no pior dos casos, hiperinflação. Esse fenômeno tem um nome próprio: custo de senhoriagem. Basicamente, é o preço pago por todos que utilizam aquela moeda ao “senhor” que emite a moeda para que este cubra os seus próprios gastos;
  • Papel moeda é criado com valores discretos em intervalos fixos, ou seja, não existe uma nota de dinheiro que corresponda a R$ 10,01, criando a necessidade de gerenciar o troco de alguma forma. A solução mais comum é utilizar moedas, mas isso também acaba gerando custos e dificuldades.  

Todas essas dores são resolvidas pelas criptomoedas, quando não são geridas por alguma entidade central (diversos Estados decidiram criar as suas próprias moedas digitais, como a China com a sua Yuan Chain Coin). São, portanto, atrativos práticos e ideológicos para que diversos grupos na sociedade queiram obtê-las. Entretanto, o motivo mais comum para querer comprar e manter esses ativos digitais é bem menos filosófico: especulação. 

Quem quer ser um milionário?

Com o estrondoso crescimento que o valor do Bitcoin teve em poucos anos – passando de US$ 312,39 em 29 de dezembro de 2014 para surpreendentes R$ 18.942,07 em 18 de dezembro de 2017 – diversas novas criptomoedas foram criadas com a promessa de ter a mesma valorização do Bitcoin e ser um investimento com retornos imbatíveis. 

A cada nova criptomoeda criada, legiões de pessoas apostavam em sua valorização futura, especulando que novas tecnologias poderiam tornar papel moeda e bancos centrais obsoletos ou destronar o Bitcoin como a principal criptomoeda. Com tantas pessoas dispostas a investir nas criptonovidades, conseguir comprar algumas unidades desses ativos digitais logo após a sua criação significava poder vendê-las por um valor de mercado muito superior para outras pessoas, desde que todos continuassem otimistas com aquela criptomoeda. 

Adicionalmente, a criação acelerada de criptomoedas concorrentes limita o valor total investido pelo mercado em cada uma delas. O efeito disso é que um investidor de peso poderia, sozinho, causar grande impacto no valor de mercado de um ativo digital ao comprar ou vender grandes quantidades de uma vez. Assustados, cripto investidores com menos controle sobre o valor de mercado da criptomoeda vendem os seus ativos a um preço de mercado inferior, temendo novas quedas futuras no valor da moeda e potencialmente migrando para uma nova, também promissora criptomoeda. 

A alta volatilidade das criptomoedas é tanto motivo de medo quanto o combustível para os sonhos dos esperançosos que podem comprar, por centavos, o próximo Bitcoin que, em pouco tempo, pode valer dezenas de milhares de dólares. Isso é motivo suficiente para muitos apostarem muitas ou até todas as suas fichas em criptomoedas.

Cabeça de investidor

Alguns conceitos básicos valem para qualquer tipo de investimento, inclusive as criptomoedas, entre os quais estão:

  • Diversificar os investimentos. Isso significa que se a indústria de um dos seus investimentos estiver em queda, os demais investimentos devem ser de outras indústrias não afetadas ou que, justamente por causa da queda da primeira indústria, crescem em valor. 
  • Não investir um valor que não possa perder. Absolutamente ninguém pode prever o futuro e mesmo os maiores investidores da história já fizeram investimentos ruins. Todo investimento, por mais seguro que seja, tem algum risco associado. Se investir, não o faça com um valor do qual não pode abrir mão.

Criptonita das Criptomoedas:

Criptomoedas são especialmente vulneráveis a dois tipos de influência:

  • Regulamentação governamental. Quando a China proibiu instituições financeiras de proverem serviços relacionados à criptomoedas em maio de 2021, o valor do Bitcoin despencou de US$ 53.596,70 para US$ 35.714,75 no intervalo de um mês.
  • Exposição na mídia envolvendo determinados tópicos. Alguns estudos, como o Impacto das Notícias sobre o Preço do Bitcoin, ilustram como manchetes relacionadas à crimes e fraudes envolvendo Bitcoin estiveram correlacionados a significativas quedas no valor do Bitcoin. 

Se você já investe ou pretende investir em alguma criptomoeda, seja ela representada por um cachorro caramelo ou por um político notório, esteja ciente de que esse mercado é mais apropriado para os amantes do risco e aqueles que acompanham diariamente o desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao Blockchain e os desdobramentos das regulamentações internacionais de criptoativos.


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